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Claroescuro

by Pedro Sá Moraes

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1.
dia amanheceu, morrem estrelas que virá, destino meu? tenho uma janela e sobre o manto breu a imensidão aquarela homens cruzam o chão, aonde vão? quem sabe é Deus é uma estrada velha e torta, a vida e a bem amada saberá me dar a mão na despedida e chegada a voz, o verso, o grão não desejo sorte, penso que não me importe se o alazão do tempo já nos leva à morte é uma certeza, e também libertação a fronteira última jamais me desespera em toda beleza, uma armadilha e o grilhão das miudezas desvencilha na visão de pedra e corte no meu peito eu trago um norte a manhã já vem chegada, salve são sebastião!
2.
Marcela 02:48
Marcela Ya te cogeré domada, ya te veré bien sujeta, cuando como ahora huyes, hacia mi ternura vengas, rumbera buena; – Nicolás Guillén o sangue me ferveu na veia inda agora ó minha senhora, não tens sentimento o coração quase pulou boca afora fascina e apavora o teu movimento arriba a saia e mal não pisa o chão – perdição... marcela! chegou pra rodar no meu terreiro a cobra sinhá, marcela espuma do mar de fevereiro a saia gira amarela é jogo de azar, é feiticeira virá da minha costela requebra sinhá, so dá bandeira um brilho no olhar ah, por meu santo amaro, esse amor tão raro que não tem mais fim seu colo de princesa, essa chama acesa quero ter pra mim -- marcela! (marcela! na palma da mão, no candongueiro no prato faca e panela no meu paladar, o seu tempero de cravo, dendê, canela se o vento apagar o candeeiro agarro as cadeiras dela no jogo do laço, cavaleiro no lombo dessa gazela!)
3.
receita de canção "Nisto, que conto ao senhor, se vê o sertão do mundo. Que Deus existe, sim, devagarinho, depressa. Ele existe -- mas quase só por intermédio da ação das pessoas: de bons e maus. Coisas imensas no mundo. O grande-sertão é a forte arma. Deus é um gatilho?" – Guimarães Rosa escolha um pedaço do dia, uma canção de alma verde, serena e o preço que é pago por dentro, essa ambição beba à boca pequena a mais bela mulher da serra, essa mulher traz na fronte marcado um dia de sol e a alma verde, serena... e a alma verde, serena... escolha da lira cansada o seu melhor, cada verso é novena daquele que não deve nada, tenha dó todo barco se rema acendo uma vela pra lhe fazer sofrer, que, meu filho risada é muito bom, mas a glória é da pena toda glória é da pena e assim marque o passo da fuga, tua sorte abençoe a jurema em cima do lombo da nota é muito só, mas cheirim de alfazema alarde da casa de moça no redor pra deitar de sapato no lençol que essa vida é pequena, mas é só a morena e a zabumba que forró
4.
carnaval em agosto "Irmão das coisas fugidias não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento" - Cecília Meireles triste folião, à procura de um cordão que não existe arrastando vãs fantasias, folia sem multidão nunca desiste do quinhão de alegria que não encontra na cidade mas lhe invade a voz, o pé, a mão e o coração gira e baila e canta e beija e ama sozinho vira também passarinho e se põe a voar, voar sabe gozar seu destino, como fosse um menino rodando peão ei-lo pisando noutro chão sem relógio ou profissão (sem país e sem razão) eis-nos rindo desse triste folião (eis-nos rindo por um triz)
5.
samba da quarta-feira "Quem me dera ser como o rapaz desvairado!" – Manuel Bandeira eu resolvi fazer um samba pra tocar na quarta-feira (4x) depois de amarrar o confete nas cordas do trio depois da saideira depois de bancar a vedete no baile das mil e uma noites bandeira amarrada no colo febril como fosse um jogo do brasil o herói das cinzas nasce uma semana em fevereiro segue ligeiro a marcação o asfalto é quente e a alma faceira paira sobre o chão e a gente incinerando a nossa dor nessa fogueira e nesse samba pra tocar na quarta-feira eu resolvi fazer um samba pra tocar na quarta-feira (4x) na apuração minha escola perdeu o carnaval mas ainda é estação primeira tenho bolhas e calos nos pés o pandeiro me escorre das mãos mas inda resta tempo, e a vida espera a saideira é o que se espera, que de maneira a seu critério o tempo companheiro não vá me abreviar a brincadeira eu resolvi fazer um samba pra tocar na quarta-feira (4x)
6.
Zingareio Gosto de andar nos desertos imensos pelas sarças sagradas, vendo as tardes cheias de cordeiros e de mulheres morenas que vão buscar água nas cisternas distantes onde moram as estrelas do ocaso.  Jorge de Lima No jogo das marés, aô Na barra das manhãs, aô No dorso do convés, aô No ventre dos vagões, aô Zingareio, aô Zingareio, aô Zingareio, aô Eu quero, sim, me perder na amplidão sem fim e nos campos abertos reconhecer mais um grão de mim e colher no regresso as mãos do amor que mereço (eu quero!) Eu quero, sim, nas cidades em combustão adentrar como um filho como um palhaço, como um sultão Nas veredas que trilho, então cada um será meu irmão
7.
Canção da despedida "Puedo escribir los versos más tristes esta noche. Yo la quise, y a veces ella también me quiso." - Pablo Neruda calo, não há mais nada pra ser dito lá fora o dia tão bonito, e ainda tanto por fazer, ai dentro, a fibra tensa, a fé cansada penso e falo. é o fim de toda desavença quando já não se espera nada vai teu conto de fadas, pela cidade imensa os sonhos ficaram pra trás, alguns se fizeram canção eu canto pela redenção quando amar não compensa volto aos meus camaradas, numa saudade aflita lembranças evolam no ar, mas vivo por uma missão e bebo pra comemorar o que deus me permita
8.
incomunicável "os soluços da noite procuraram a garganta das coisas e falaram" - Jorge de Lima eu vim de longe, eu vim do mar posso voar, faço chover eu fui visconde, eu não sei ler em vim de longe, eu vim cantar um sabiá-batucajé canto pro´mode não morrer (canto pro´mode não morrer!) incomunicável desde o início, essa fruta só caroço esse puta precipício, esse eternamente esboço esse lastro vitalício, essa carne de pescoço tantos sonhos, tantos vícios já tão velhos, e eu tão moço os ofereço em sacrifício, meu futuro meus destroços meus esforços, meu ofício por um verso em alvoroço que do fogo do suplício as janelas do infinito escancarem par em par
9.
Fina Flor 04:56
fina flor "A la vora de la mar n'hi ha una donzella, hi ha una donzella, que en brodava un mocador que és per la reina, que és per la reina." - Canção folclórica catalã / Catalan folk song ah, fina flor! tua sina em minha pele ah, fina flor! com teus olhos, dois planetas pouca história pra contar vai florir um sonho estranho vais sorrir quase discrente, fina flor acredite no futuro: tantas pétalas perdidas — novas vidas em promessa, fina flor! vão brotar por entre os muros vão nascer das rachaduras... mas, fina flor! quem te fez tão inconstante ah, fina flor! na ciranda das sementes nos teus olhos inocentes fina flor, mulher menina minha pele em tua sina fina flor, o mal-me-quer.
10.
O sonho de antonieta "Vestida con mantos negros piensa que el mundo es chiquito y el corazón es inmenso" – Federico Garcia Lorca antonieta nasceu a 29 de abril o sonho de antonieta era viver no passado era ganhar de presente um sonho vão, acordado antonieta de abril, se lembra dos nossos dias? a porta aberta de frio, antonieta de abril... qual sete palmos de terra, hoje a saudade no peito amor, reza por quem erra por que parti desse jeito? porque trago no meu corpo as marcas do amor perfeito antonieta de abril, se lembra dos nossos dias? nosso abandono macio, antonieta de abril..... agora canto em silêncio, nesse lamento vazio a paz, por vezes a guerra era uma beira de rio era um telheiro de hortênsia, estrelas pra mais de mil antonieta de abril, distantes vão nossos dias mais um outono de frio, antonieta de abril...
11.
Samblefe 02:51
samblefe "“Amor” – eu disse – e floriu uma rosa embalsamando a tarde melodiosa no canto mais oculto do jardim, mas seu perfume não chegou a mim" - Carlos Drummond de Andrade não vá pensar mulher, que eu sofro por lhe ver ainda não nasceu, nem vai nascer, se deus quiser quem tenha tal poder, e que dirá você nem mesmo sei quem é, nem mesmo sei dizer porquê um belo dia, achei que o negócio me valia trocar o meu reinado de euforia por um sonho roubado na sua companhia... nada de mais mulher, tente compreender eu precisava de um motivo para um samba quando ele quer nascer, me aparece você e é quase obrigação brotar do coração a flor melancolia, e eu, que vivia tão sozinho os sonhos espalhados no caminho viraram melodia, o amor é um moinho de som e fantasia mas vê: que ironia! às vezes me acontece ser sincero não posso no meu samba fingir que não lhe quero
12.
Coroa e Cara "Aquele rio saltou alegre em alguma parte? Foi canção ou fonte em alguma parte? Por que então seus olhos vinham pintados de azul nos mapas?" - João Cabral de Melo Neto Uma cidade eu vejo da minha janela E quanta saudade pressinto nesse horizonte Cruzada a ponte são vários dias Nas rodovias para revê-la E o que seria se do outro lado chegasse Um novo impasse, a mesma velha agonia Eu sentiria a mesma saudade Pela cidade que aqui deixasse Rio Capibaribe, vive no coração Rio da Guanabara, Coroa e Cara do meu cordão Mas haverá um dia, será Fevereiro Como eu espero, não demorasse mais tanto Em que a ciência e a graça dos santos reunirão num imenso terreiro Copacabana, São Pedro, Casa Amarela Uma janela cruzando o tempo e o espaço Lapa, Retiro, Mangueira, Santana Num grande abraço de uma semana Rio Capibaribe, vive no coração Rio da Guanabara, coroa e cara do meu cordão O mamulengo a boneca feita de cera Pelas ladeiras caindo soltos no passo A bateria, nervos de aço deixa o cansaço pra quarta-feira Desde menino, eu sempre tive esperança Sofro distâncias e tantos maus soberanos mas o destino do ser humano é dar as mãos em uma só dança Rio Capibaribe, vive no coração Rio da Guanabara, coroa e cara do meu cordão (interlúdio parte A) Rio Capibaribe, vive no coração Rio da Guanabara, como sonhara, reunião!

about

Hailing from Rio de Janeiro, Pedro Moraes started his professional music career outside of Brazil quite unexpectedly. A young poet, singer and songwriter, Pedro traveled to Mexico in 2001 because of the sudden success of two of his compositions in that country. Magos Herrera, in her debut album Orquídeas Sussurrantes, had recorded a Spanish version of "Chá de Sumiço" ("Té del Olvido") and the original lyrics for "Xote de Manhã." Undecided whether to pursue his psychology degree or dedicate his efforts to music, it was then and there that Pedro Moraes first went on stage professionally. Since then, Pedro has also performed in Rio de Janeiro, Barcelona, London, Berlin and New York and now in 2010 will appear in Texas as a performer in Austin's prestigious SXSW (South by Southwest) music festival.

Pedro is known for elaborate melodies and unexpected lyrics. He bridges traditional and modern trends in his compositions, ranging from northeastern roots to samba and beyond. In this album, ClaroEscuro, Pedro explores his musical universe from xote to tango and everything inbetween. The arrangements add less popular music instruments, such as the oboe, to Brazilian standards such as the viola. The musicians in ClaroEscuro are also very diverse and include Pedro Moraes himself (guitars), José Izquierdo (percussion), Ricardo Sá Reston (bass), Franklin da Flauta (flutes), Gabriel Geszli (piano), Thiago Amud (acoustic guitar), Thiago Neves (oboe), Euler Santos (bassoon) and many others.

With remarkable ease, Pedro switches from a xote, as in the opener "Xote de Manhã," to a bouncy samba in "Samblefe" or the Cuban-flavored samba mix in "Marcela." Of course, nothing is quite black or white, light or dark, as the album title suggests. Even though we hear a xote, there is also a complex harmony reminiscent of the earlier works of Milton Nascimento's Clube da Esquina style. Then we have "O Sonho de Antonieta," which Pedro explains as a melancholic toada that was transformed by Marcelo Caldi's arrangement and accordion into a tribute to Argentinean master Astor Piazzola. The result is intriguing to say the least.

Pedro's music is never boring. He surprises the listener at every minute. From forró in "Receita de Canção," he jumps to a most soothing piano serenade in "Fina Flor" and then back to a Bossa Nova in "Samba de Quarta-Feira," with a lovely guitar accompaniment by Thiago Amud in tribute to João Gilberto.

Nothing probably defines Pedro Moraes' ClaroEscuro more than his own words in the liner notes: "Contrition and carnival. Extasy and absence. Life beyond halfways." ClaroEscuro goes beyond the comfortable limits of Brazilian music and does that well. It's a creative album full or surprises.

- Egidio Leitão, CD Review at MBAZ.ORG, February 2010

credits

released May 9, 2010

Produtor musical e executivo / musical and executive production: pedro moraes
Idealização artística / artistic idealization: pedro moraes, armando lôbo & thiago amud
Preparação vocal / vocal coaching: glória calvente :: www.gloriacalvente.com.br
Gravações / recordings: estúdio saci (fernando silva, 2007 – 2010);
Gravações adicionais / additional recordings : casa do mato (ronaldo lima, 2009); fábrica de chocolate (damien seth, 2010)
Mixagem / mixing (3, 5, 8, 10, 11): fernando silva – estúdio saci
Mixagem / mixing (1, 2, 4, 6, 7, 9, 12, 13, 14): eber pinheiro
Concepção visual / visual concept: cezar altai
Fotografia / photo: larissa lax e adriana branco
Design: celão marques

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about

Pedro Sá Moraes Rio De Janeiro, Brazil

"One of the ten artists you should have known in 2012" NPR

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